A Internet como Ambiente Auxiliar do Professor no Processo Ensino-Aprendizagem http://lsm.dei.uc.pt/ribie/docfiles/txt200372917565paper-303.pdf em 21/09/2004

MERCADO, Luís Paulo Leopoldo Mercado

Resumot—

Estudou-se a utilização da Internet como ambiente auxiliar do trabalho pedagógico do professor. Esta pesquisa teve como objetivos: oferecer subsídios teóricos à reflexão dos educadores sobre a utilização da Internet como ferramenta pedagógica, auxiliando sua prática pedagógica e o processo ensino-aprendizagem; elaborar material pedagógico de suporte (atividades) ao trabalho do professor disponibilizando em Home-Page na Internet; preparar professores para a utilização da Internet no processo ensino-aprendizagem e na sua prática pedagógica. Esta pesquisa envolveu as seguintes etapas: a) Estudo teórico/bibliográfico, envolvendo artigos e resultados de pesquisas publicados sobre a utilização da Internet na Educação e em projetos pedagógicos. Foram feitos estudos sobre o papel da interação e da colaboração no uso de redes e pesquisados sites e repositórios com informações, projetos e materiais relevantes para serem disponibilizados na Home-Page do Projeto http://www.cedu.ufal.br/projetos/internet aos professores; b) Elaboração do Ambiente de Aprendizagem na Internet – organização da Home-Page do Projeto, atualizada constantemente, sendo um repositório de informações relacionadas com a área da pesquisa, com resumos indicativos de cada site, que servem para troca e informações com outros pesquisadores e interessados e com informações dos projetos desenvolvidos pelos professores; c) Avaliação dos Sites – seleção de sites em programas de busca livre, revistas, jornais e revistas. Palavras-Chaves— Formação de Professores – Internet na Educação – Avaliação se sites. I. INTRODUÇÃOA s novas tecnologias criaram novas cjhances de reformular as relações entre alunos e professores e de rever a relação da escola com o meio social, ao diversificar os espaços de construção do conhecimento, ao revolucionar processos e metodologias de aprendizagem, permitindo à escola a um novo diálogo com os indivíduos e com o mundo. Neste contexto, é fundamental colocar o conhecimento à disposição de um número cada vez maior de pessoas e para isso é preciso dispor de ambientes de aprendizagem em que as novas tecnologias sejam ferramentas instigadoras, capazes de colaborar para uma reflexão crítica, para o desenvolvimento da pesquisa, sendo facilitadoras da aprendizagem de forma permanente e autônoma. O trabalho com a Internet constitui um meio de relevantes possibilidades pedagógicas, já que não se limita ao que constitui estritamente uma disciplina, permitindo a inter e a pluridisciplinaridade, possibilitando uma educação global e estimula a colocação em funcionamento dos processos de tratamento da informação, nos conteúdos e programas de cada nível. As novas tecnologias trazem novos horizontes à escola [1], [2]. Os trabalhos de pesquisa podem ser compartilhados por outros alunos e divulgados instantaneamente em rede para quem quiser. Alunos e professores encontram inúmeros recursos que facilitam a tarefa de preparar as aulas, fazer trabalhos de pesquisa e ter materiais atraentes para apresentação. O professor pode estar mais próximo do aluno, podendo adaptar a sua aula para o ritmo de cada aluno. O processo de ensino-aprendizagem pode ganhar assim um dinamismo, inovação e poder de comunicação inusitados. Um novo paradigma [3] exige a utilização de ambientes apropriados para aprendizagem, ricos em recursos para experiências variadas, utilizando novas tecnologias de comunicação, que valoriza a capacidade de pensar e de se expressar com clareza, de solucionar problemas e tomar decisões adequadamente, na qual os alunos possuem conhecimentos, segundo os seus “estilos” individuais de aprendizagem [4]. A aprendizagem se dá através da descoberta e o professor passa a ser um guia do aluno. O uso e a interação com a telemáticas permitem essa interatividade, desmassificação e o surgimento das salas de aulas virtuais. Manuscrito recebido em Junho, 19, 2001 Luís Paulo Leopoldo Mercado é Doutor em Educação, Professor Adjunto II do Departamento de Teorias e Fundamentos da Educação da Universidade Federal de Alagoas, onde ministra as disciplinas: Informática Educativa e Pesquisa Educacional (Curso de Pedagogia), Novas Tecnologias na Educação (Cursos de Pós-graduação do CEDU). Professor da disciplina Pesquisa em Educação do Mestrado em Educação da UFAL. Coordenador do Curso de Especialização em Novas Tecnologias na Educação da UFAL. Livros Publicados: Formação Continuada de Professores e Novas Tecnologias (INEP/EDUFAL, 1999), Informática educativa (NEAD/UFAL, 2001) e Reflexões sobre Novas Tecnologias na Educação (EDUFAL, 2002 no prelo). Capítulos de Livro: Novas Tecnologias na educação: novos cenários de aprendizagem e formação de professores In: Reflexões sobre Conhecimento e Educação. (EDUFAL, 2000). Endereço: Rua Professora Higia Vasconcelos, 53 ap. 202 Ponta Verde – Maceió – Alagoas – Brasil. E-mail: lpm@fapeal.brA entrada das novas tecnologias nas salas de aula facilitam a criação de projetos pedagógicos [5], trocas interindividuais, comunicação à distância, redefinindo o relacionamento estabelecido entre professor-aluno. Os professores deixam de ser líderes oniscientes e os materiais pedagógicos evoluem de livros-textos para programas e projetos mais amplos. As informações se tornam mais acessíveis, os usuários escolhem o que querem, e todos se tornam criadores de conteúdo.

Pesquisas atuais de Morán [6], [7] e [8-10], mostram que o conhecimento se processa de forma interligada, mas com ênfase em caminhos diferentes para cada pessoa. Uns se apoiam mais no visual, outros no sonoro, outros no sinestésico. Os meios de comunicação desenvolvem linguagens complementares, supostas, que atingem o indivíduo em todos os sentidos e conseguem que cada um encontre a forma de compreensão para a qual está mais apto. As novas tecnologias, por si só, não são veículos para a aquisição de conhecimento, capacidades e atitudes, mas precisam estar integradas em potentes ambientes de ensino-aprendizagem, situações que permitam ao aluno os processos de aprendizagem necessários para atingir os objetivos educacionais desejados. Pesquisas [11], [12], [13], [14] indicam que os processos de ensino-aprendizagem tem contribuindo na produção de conhecimentos empíricos para a concepção de poderosos ambientes de aprendizagem com base nas novas tecnologias. O uso da Internet [15] representa um processo de construção do conhecimento, é algo que está sempre em construção, reconstrução e renegociação, que depende dos atores envolvidos, que, por sua vez, representam vários centros decisórios em estado de constante interatividade, interconetividade e mobilidade. É algo que vem abrindo importantes fronteiras para a educação, cujas possibilidades e cujos limites ainda não são plenamente conhecidos, mas que influenciará profundamente o trabalho nas escolas, promovendo a aprendizagem cooperativa, capaz de preparar o indivíduo para um novo tipo de trabalho profissional que envolva a atividade em equipe. O trabalho com a Internet implica a criação de ambientes de aprendizagem voltados para a socialização, a solução de problemas, a gestão compartilhada de dados, de informações e a criação e a manutenção de uma “memória coletiva compartilhada”, que contenha informações de interesse do grupo, capazes de modelar conhecimentos sobre as mais diferentes áreas de aplicação. A Internet, não oferece apenas recursos de pesquisa ao interessado em estudar educação, mas se constitui numa poderosa ferramenta de trabalho para se atuar em ambientes educacionais. Através da Internet, programas de educação à distância, que já vinham sendo executados com a utilização de outros meios de comunicação, como livros, jornais, rádio, televisão, encontram novas perspectivas com os recursos multimídias, com a combinação na rede de diversas formas comunicacionais. Ensinar na e com a Internet chega a resultados significativos quando está “integrada em um contexto estrutural de mudança do ensino-aprendizagem, onde professores e alunos vivenciam processos de comunicação abertos, de participação interpessoal e grupal efetivos” [7]. De outra forma, a Internet será uma tecnologia a mais, que reforçará as formas tradicionais de ensino. Os ambientes telemáticos de aprendizagem permitem implementar uma rede de informações interligadas, em que os sujeitos podem explorar diferentes mídias simultaneamente e integrá-las numa mesma atividade. Tais ambientes oferecem condições apropriadas para o desenrolar das experiências interativas quanto às relações com a tecnologia, e cooperativas, quanto às relações interpessoais. Uma das etapas desta pesquisa é a avaliação de sites. Partimos da idéia de que qualquer site pode ser educativo desde que os conteúdos presentes sejam avaliados como tal. Os sites selecionados foram organizados com uma breve resenha, informando o conteúdo, sua utilidade no trabalho do professor e nas disciplinas curriculares. Estes sites encontram-se na home-page da pesquisa. II. OBJETIVOSNesta pesquisa será estudada a utilização da Internet como ambiente auxiliar do trabalho pedagógico do professor. Serão analisadas novas formas de aprender com recursos da Internet, como se dá a aprendizagem com estes recursos e como esta tecnologia popde auxiliar o professor na sua prática pedagógica. Os objetivos deste estudo são: oferecer subsídios teóricos à reflexão dos educadores sobre a utilização da Internet como ferramenta pedagógica, auxiliando sua prática pedagógica e o processo ensino-aprendizagem; elaborar material pedagógico de suporte (atividades) ao trabalho do professor disponibilizando em Home-Page na Internet; preparar professores para a utilização da Internet no processo ensino-aprendizagem e na sua prática pedagógica; acompanhar experiência de uso da Internet em escolas públicas de Maceió-AL. III. METODOLOGIAO trabalho com a Internet na educação proposto neste estudo implica a criação de ambientes de aprendizagem interativos (home-page) voltados para a socialização, solução de problemas e gestão compartilhada de informações, permitindo a interação aluno/professor/informação, contribuindo para a aprendizagem desde uma perspectiva inovadora, isto é, que favoreça a participação entre os professores, possibilitem a pesquisa, a aprendizagem por descoberta e a recriação dos conhecimentos, apresentando uma visão integradora em sua concepção e propiciando a interdisciplinaridade dos temas dos currículos. Esta pesquisa envolveu as seguintes etapas: a) Estudo teórico/bibliográfico, no qual se buscou na literatura e na Internet artigos e resultados de pesquisas publicados sobre a utilização da Internet na Educação e uso da Internet em projetos pedagógicos. O critério de cientificidade destes artigos é comprovado por estarem em repositórios de instituições de pesquisa e por estarem publicados em anais de congressos científicos. Durante esta primeira etapa, foram feitos estudos sobre o papel da interação e da colaboração no uso de redes e foram pesquisados na Internet, endereços eletrônicos, repositórios com informações, projetos e materiais relevantes para serem disponibilizados na Home-Page do Projeto http://www.cedu.ufal.br/projetos/internet e serão utilizadas pelos professores envolvidos. b) Elaboração do Ambiente de Aprendizagem na Internet - organização da Home-Page do Projeto, atualizada constantemente, sendo um repositório de informações relacionadas com a área da pesquisa, com resumos indicativos de cada site, que servirão para troca de informações com outros pesquisadores e interessados e com informações dos projetos desenvolvidos nas escolas pesquisadas. c) Avaliação dos Sites – seleção de sites em programas de busca livre, revistas, jornais e revistas, nas seguintes categorias: , nas seguintes categorias: a) Gerais: MUSEUS - REPORTAGENS/REVISTAS/JORNAIS - PREVISÃO DO TEMPO - JOGOS NA EDUCAÇÃO - RELATOS/DIÁRIOS DE VIAGEM - CHARGES/TIRAS/QUADRINHOS - HISTÓRIAS INFANTIS - CARTÕES VIRTUAIS - IMAGENS/FOTOS – UNIVERSO - CINEMA - ZOOLÓGICOS VIRTUAIS - BRINCADEIRAS-DIVERSÃO – VESTIBULAR – EDUCAÇÃO; b) Áreas Curriculares: FÍSICA – BIOLOGIA – GEOGRAFIA – HISTÓRIA – PORTUGUÊS – MATEMÁTICA – LITERATURA – QUÍMICA – INGLÊS –ARTES – CIÊNCIAS - EDUCAÇÃO ESPECIAL – RELIGIÃO – FILOSOFIA - EDUCAÇÃO FÍSICA. Os sites avaliados estão disponibilizados na Home-page do projeto e servem de suporte para a elaboração dos projetos didáticos utilizando a internet que serão executados na pesquisa piloto envolvendo as escolas, que será a etapa posterior da pesquisa em escolas públicas estaduais com a Internet. A avaliação dos sites foi feita a partir do modelo proposto [16] para avaliar espaços Web de interesse educativo, através de ficha de catalogação, avaliação e uso. Esta ficha traz os dados gerais do site, a tipologia e finalidade, o tipo de acesso, aspectos funcionais e utilidade, aspectos técnicos e estéticos, aspectos psicológicos e aspectos pedagógicos sobre uso educativo. A próxima etapa da pesquisa será o trabalho nas escolas, nas quais serão feitas entrevistas e observações para diagnosticar a realidade educacional destas escolas e a implantação e utilização dos recursos tecnológicos pelos professores na sala de aula. Serão realizados seminários e oficinas de trabalho com os professores envolvidos nestas três escolas, com objetivo de oferecer informações e condições de utilizar a Internet nas suas atividades e em especial o ambiente construído, auxiliando na elaboração dos projetos pedagógicos envolvendo uso das novas tecnologias. Este acompanhamento será monitorado pelo Núcleo de Novas Tecnologias na Educação do Centro de Educação/UFAL, através de entrevistas, observações (voltadas para a prática pedagógica do professor e o uso da Internet), registros em vídeo e portfólios das produções (projetos elaborados, materiais construídos pelos professores e utilizados em sala de aula) e trocas realizadas, feitos pelo coordenador e bolsistas envolvidos na pesquisa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS[1] J. M. Sancho. Para uma tecnologia educativa. Porto Alegre; Artmed, 1998. [2] S. F. Tajra. Informática na educação: professor na atualidade. São Paulo, Érica, 1998. [3] N.J. Machado. Epistemologia e Didática: as concepções de conhecimento e inteligência e prática docente. São Paulo, Cortez, 1995. [4] H. Gardner. Inteligências Múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 1998. [5] F. Hernández & M.A.A organização do currículo por projetos de trabalho. 5.ed. Porto Alegre, Artes Médicas, 1998. [6] J.M. Moran. Como utilizar a Internet na educação. São Paulo, Ciência da Informação, v.26(2):146-153. Maio-agosto 1997. [7] M. C. Moraes. O paradigma educacional emergente. Campinas, Papirus, 1997. [8] L. P. Mercado. Aprendidagem Integrada em Ambientes Telemáticos através de Projetos Colaborativos. Anais do XI Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Curitiba, novembro 1999 (a). [9] L. P. Mercado. Formação continuada de professores e novas tecnologias. Maceió, EDUFAL/INEP, 1999 (b). [10] L. P. Mercado. A Internet como ambiente de pesquisa na escola. In: MERCADO, L.P. (org.). Novas tecnologias na educação: reflexões sobre a prática. Maceió, EDUFAL/INEP, 2002. [11] V. D. Teodoro. & I.C. Freitas. Educação e computadores. Portugal, Min.Educ., 1992. Pp. 89-113. [12] E. de Corte. Aprender na escola com as novas tecnologias da informação. In: TEODORO, V.D. & FREITAS, I.C. Educação e computadores. Portugal, Min.Educ., 1992. Pp. 89-113. [13] F. L. Tejedor & A. G. Valcarcel. Perspectiva de las nuevas tecnologías en la educación. Madrid, Narcea, 1996. [14] A. Heide & L. Stilborng. Guia do professor para a Internet. 2.ed. Porto Alegre, Artmed, 2000. [15] J. L. Cebrian. A rede: como nossas vidas serão transformadas pelos novos meios de comunicação. São Paulo, Summus, 1999. [16] P./ Marques. Usos educativos de Internet: hacia un nuevo paradigma de la ensenanza? Disponível em: <http://dewey.uab.es/pmarques/usosred2.htm>.

-- AdrianeHalmann - 21 Sep 2004

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