O presente estudo teve como objetivo compreender a violência vivenciada pelos
adolescentes trabalhadores de rua na cidade de feira de santana-ba e foi realizado no
período de março de 1998 a fevereiro de 2000, através do conhecimento da concepção dos
(as) adolescentes acerca deste fenômeno e da identificação dos tipos de violência por eles
(as) vivenciada. Optamos pela abordagem qualitativa na sua execução, por percebermos a
violência como um fenômeno social e histórico, que tem a sua ocorrência vinculada a
significados e percepções que não são quantificáveis. Os dados foram coletados através da
observação simples, observação participante e entrevista semi-estruturada, tendo como
caminho metodológico o materialismo dialético. Utilizamos como referencial teórico, os
estudos sobre a violência nas suas formas de ocorrência, incluindo o trabalho infanto-
juvenil, realizado por autores como minayo (1994-1999), cruz neto (1995), medeiros,
ferriani (1995), assis(1994), guerra (1998), entre outros; documentos oficiais relacionados
ao tema e matérias veiculadas pela mídia. constatamos que as concepções dos adolescentes
acerca da violência estão relacionadas com suas formas de expressão: brigas, discussões,
bater, espancar, apanhar e por atos de matar, roubar, usar drogas, estuprar, tragédia e
assaltos. Verificamos que estes adolescentes sofrem as seguintes violências: o trabalho
precoce, a violência doméstica; a institucional e também a praticada pelos concorrentes e
bandidos. Quanto à violência praticada verificamos que esta reflete a violência por eles (as)
sofrida: a violência física através de brigas, a prática de pequenos delitos, tomar
mercadorias dos meninos menores e expulsão de concorrentes dos pontos de trabalho.
concluímos que se faz importante o conhecimento do cotidiano da clientela em estudo, a
fim de obtermos subsídios para criarmos estratégias de prevenção da violência e inclusão
destes indivíduos nas pautas de elaboração de políticas públicas que venham atenuar as
desigualdades sociais, parte integrante da violência estrutural que alicerça as múltiplas
formas como este fenômeno de exterioriza.
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