Difference: ProjetoCiberparque (1 vs. 3)

Revision 331 Oct 2017 - Main.JuVemario

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Projeto Conexões:

Ciberparque Anísio Teixeira

Revision 225 Sep 2008 - DarleneSoares

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Projeto Conexões:

Ciberparque Anísio Teixeira

Line: 33 to 33
 Organização em Rede As funções e processos dominantes na era da informação estão cada vez mais organizados em redes.
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"REDE é um conjunto de nós interconectados. Nó é o ponto no qual uma curva se entrecorta. (...) Redes são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou objetivos de desempenho)” (CASTELLS, 1999, p. 497). CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede (A era da informação: economia, sociedade e cultura; v. 1). São Paulo: Paz e Terra, 1999.
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"REDE é um conjunto de nós interconectados. Nó é o ponto no qual uma curva se entrecorta. (...) Redes são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou objetivos de desempenho)� (CASTELLS, 1999, p. 497). CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede (A era da informação: economia, sociedade e cultura; v. 1). São Paulo: Paz e Terra, 1999.
  É importante considerar que as recentes tecnologias de comunicação e informação, particularmente a Internet, constituem a base material para a expansão da lógica de redes como forma de organização social.
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REDES COMO FORMA DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL - “Redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades, e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura” (CASTELLS, 1999, p. 497).
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REDES COMO FORMA DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL - �Redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades, e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura� (CASTELLS, 1999, p. 497).
  Cada parceiro envolvido em CONEXÕES é um nó. Cabe destacar que os nós têm autonomia e características próprias e podem estar conectados a outras redes. Considerando que a arquitetura da rede é aberta e descentralizada, não haverá, entre os integrantes, hierarquias fixas e estáveis nem a hegemonia de um sobre os outros. O princípio de organização e articulação será a horizontalidade. De tal forma que a força da rede esteja na sua constituição a partir do fortalecimento e da visibilidade de cada nó em particular e de todos no conjunto.

Embora a conexão à Internet seja um elemento crucial para a operacionalização das ações - daí a importância da implantação dos ciberparques - a rede é pensada como lógica organizacional e não exclusivamente como infra-estrutura. O modo de articulação dos parceiros tem como princípios fundamentais o aprendizado recíproco e a mobilização efetiva das competências. Com base em suas particularidades e experiências específicas, cada integrante (ou nó) contribui para o enriquecimento de todo o grupo. A forma de atuação na rede deve ser considerada a partir de uma visão sistêmica. Em vez de apenas somar esforços, o que se busca é a sinergia, através de um trabalho coletivo e, essencialmente, cooperativo.

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VISÃO SISTÊMICA - "da palavra sistema, conjunto organizado de partes diferentes, produtor de qualidades que não existiriam se as partes estivessem isoladas umas das outras” (MORIN, 1999, p. 21. MORIN, Edgar. Da necessidade de um pensamento complexo. (In: MARTINS, Francisco Menezes, SILVA, Juremir Machado (orgs.) Para navegar no século XXI . Porto Alegre: Sulina/ Edipurcs, 1999)
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VISÃO SISTÊMICA - "da palavra sistema, conjunto organizado de partes diferentes, produtor de qualidades que não existiriam se as partes estivessem isoladas umas das outras� (MORIN, 1999, p. 21. MORIN, Edgar. Da necessidade de um pensamento complexo. (In: MARTINS, Francisco Menezes, SILVA, Juremir Machado (orgs.) Para navegar no século XXI . Porto Alegre: Sulina/ Edipurcs, 1999)
  O Agente Instigador Coletivo Grupo formado por representantes dos parceiros e das comunidades envolvidas ou, quando não couber a representação, pela própria comunidade. O Instigador Coletivo atua no espaço das articulações com o propósito de provocar conexões sociais, políticas, econômicas e/ou culturais.
Line: 65 to 65
  Os membros do Instigador Coletivo freqüentam os gabinetes dos parceiros e de outras instituições e têm atribuições em seus sistemas de origem. No entanto, somente quando estão imersos nos não-lugares do movimento e interagindo com a comunidade, tanto no espaço geográfico quanto no ciberespaço, é que podem, efetivamente, instigar articulações.
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“Ao pensar a ESCOLA PARQUE, Anísio imaginou - coerentemente com a sua época - uma divisão entre a formação e a instrução. Hoje, mais do que nunca, estes conceitos estão juntos - interagindo! - e, as novas tecnologias da comunicação e informação, com destaque para a Internet, constituem-se nos elementos estruturantes de uma nova forma de pensar” (Luis Felippe Serpa).
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�Ao pensar a ESCOLA PARQUE, Anísio imaginou - coerentemente com a sua época - uma divisão entre a formação e a instrução. Hoje, mais do que nunca, estes conceitos estão juntos - interagindo! - e, as novas tecnologias da comunicação e informação, com destaque para a Internet, constituem-se nos elementos estruturantes de uma nova forma de pensar� (Luis Felippe Serpa).
 

Pontos de acessos e encontros

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TUDO COMEÇOU em 1996. A proposta do Ciberparque nasceu como um “equipamento” a ser inserido na própria Escola Parque. Inúmeras dificuldades impediram a decolagem do projeto naquele espaço. Mas a idéia evoluiu. Explodiu. Virou rede
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TUDO COMEÇOU em 1996. A proposta do Ciberparque nasceu como um �equipamento� a ser inserido na própria Escola Parque. Inúmeras dificuldades impediram a decolagem do projeto naquele espaço. Mas a idéia evoluiu. Explodiu. Virou rede
 
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Tudo começou com uma visita à Escola Parque Centro Educacional Carneiro Ribeiro, no bairro da Caixa D’Água, em Salvador, Bahia, concebida na década de 1950 pelo educador baiano Anísio Teixeira.
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Tudo começou com uma visita à Escola Parque Centro Educacional Carneiro Ribeiro, no bairro da Caixa D�Água, em Salvador, Bahia, concebida na década de 1950 pelo educador baiano Anísio Teixeira.
 
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O CENTRO EDUCACIONAL CARNEIRO RIBEIRO foi idealizado por Anísio Teixeira e construído pelo arquiteto Diógenes Rebouças (baiano) e Hélio Duarte (paulista). As faculdades de Educação e Arquitetura da UFBA, como fruto de um trabalho de pesquisa de Alessandra Karine, mantém o sítio CRAT – Centro de Referência Anísio Teixeira, em <http://www.faced.ufba.br/crat>.
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O CENTRO EDUCACIONAL CARNEIRO RIBEIRO foi idealizado por Anísio Teixeira e construído pelo arquiteto Diógenes Rebouças (baiano) e Hélio Duarte (paulista). As faculdades de Educação e Arquitetura da UFBA, como fruto de um trabalho de pesquisa de Alessandra Karine, mantém o sítio CRAT � Centro de Referência Anísio Teixeira, em <http://www.faced.ufba.br/crat>.
  A Escola Parque visava formar jovens e crianças em tempo integral. Desde sua criação, continuou desenvolvendo atividades voltadas para formação de mão de obra nas áreas de carpintaria, metalurgia, corte e costura e serviços gerais. A necessidade de tais ofícios ainda se faz presente nos dias de hoje. Torna-se premente introduzir em sua prática cotidiana os recursos tecnológicos da sociedade contemporânea. A Escola Parque encontra-se hoje inserida num amplo projeto de reestruturação. Os ideais de Anísio Teixeira sempre foram pautados numa forte ligação do espaço escolar com as comunidades locais. Ou seja, a escola precisava estar inserida na comunidade. Toda criança deveria estar na escola e ter ali uma formação integral que a possibilitasse viver plenamente o mundo. Agora...
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A instalação de uma rede de ciberparques – pontos de cultura – apresenta-se como uma possibilidade de atualização do projeto de Anísio Teixeira. O ciberparque será um ponto de encontro e acesso público à Internet, bem como de produção de bens culturais. Mais do que garantir a conexão física, o que se busca é proporcionar condições para uma participação efetiva na chamada Sociedade da Informação, a partir da inserção cultural.
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A instalação de uma rede de ciberparques � pontos de cultura � apresenta-se como uma possibilidade de atualização do projeto de Anísio Teixeira. O ciberparque será um ponto de encontro e acesso público à Internet, bem como de produção de bens culturais. Mais do que garantir a conexão física, o que se busca é proporcionar condições para uma participação efetiva na chamada Sociedade da Informação, a partir da inserção cultural.
 Alguns princípios gerais: *Espaço físico/real aberto para a navegação na Internet. *Palco para um programa de inclusão das comunidades no contexto da Sociedade da Informação (<http://www.socinfo.org.br>).
Line: 88 to 88
  *Espaço de interação fundamental para a produção de cultura e conhecimento. *A gestão de cada ponto de cultura é diferenciada, de acordo com a comunidade que estará envolvida na sua administração e manutenção. *Cada unidade terá gestão própria e suas especificidades locais, no que diz respeito a aspectos culturais, arquitetônicos, técnicos e de gestão estão sendo consideradas.
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Do ponto de vista do projeto cultural/pedagógico/social, os ciberparques – pontos de cultura - constituem um centro integrado de produção multimidiática e multicanal reunindo recursos de produção em papel (indústria gráfica), Informática, Internet, rádio, vídeo e TV. Proporciona, desse modo, aos estudantes, professores e às pessoas em geral a condição de expressão plena e complexa compatível com os requisitos de inserção na sociedade contemporânea.
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Do ponto de vista do projeto cultural/pedagógico/social, os ciberparques � pontos de cultura - constituem um centro integrado de produção multimidiática e multicanal reunindo recursos de produção em papel (indústria gráfica), Informática, Internet, rádio, vídeo e TV. Proporciona, desse modo, aos estudantes, professores e às pessoas em geral a condição de expressão plena e complexa compatível com os requisitos de inserção na sociedade contemporânea.
 

Processo de Produção de Materiais MM

Produção em rádio, video e TV digital
Line: 96 to 96
 As rádios, vídeos e TV's digitais se constituem em importantes meios de criação e veiculação de músicas, programas, entrevistas, reportagens e documentários produzidos pela comunidade. A democratização dos meios de comunicação não é apenas uma questão de oferta de canais para emissão. Acima de tudo é preciso proporcionar as condições necessárias no âmbito da produção. Além do acesso e domínio dos recursos técnicos, a compreensão das possibilidades expressivas de cada meio é imprescindível. O audiovisual representa uma maneira específica e diferenciada de processamento de informações, sendo, portanto, um modo de produzir culturas e conhecimentos, que não pode ser ignorado e desprezado pela sociedade. Nos diferentes espaços de aprendizagem, comunidade em geral, professores e estudantes terão como papel fundamental estimular a reflexão crítica e criar um ambiente propício à elaboração de produtos multimídias, que possam romper com os padrões e estereótipos impostos pela indústria cultural. É muito comum que as rádios e TV's comunitárias sejam utilizadas somente para a transmissão de recados e pequenos informes sobre eventos da comunidade. Nesses casos, o espaço restante da programação costuma ser preenchido com a retransmissão de programas da rede comercial. No entanto, esse mesmo espaço poderia estar sendo aproveitado para emissão de uma programação própria que revelasse a história, a cultura e as manifestações que singularizam o contexto local, contribuindo para a construção da autonomia social e cultural.
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Por outro lado, existem mecanismos diversos que desempenham importante papel de comunicação em cidades de pequeno e médio porte, como Irecê, e o Ciberparque – o nosso ponto de cultura, estará buscando desenvolver uma linha de produção específica para carros de som.
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Por outro lado, existem mecanismos diversos que desempenham importante papel de comunicação em cidades de pequeno e médio porte, como Irecê, e o Ciberparque � o nosso ponto de cultura, estará buscando desenvolver uma linha de produção específica para carros de som.
  A produção de imagens e sons constitui uma forma de educação e constitui um importante elemento para a inclusão social, de (re)conhecimento da realidade local e valorização dos laços sociais.
Line: 118 to 118
  A produção de conhecimento que tem como suporte as tecnologias da informação e comunicação não se limitam a Internet; a produção de CD-ROMs e dvds vem se consolidando nas comunidades acadêmicas e no mercado como um instrumento difusor de metodologias e conhecimentos, indo além daqueles espaços em que a rede alcança, superando os limites geográficos e de transmissão da rede, podendo estar ou não conectados a ela; as tecnologias propostas para web poderão também ser desenvolvidas num modelo independente em cd ou dvd, assim como o inverso também será possível (podendo existir uma versão do produto web e outra em cd/dvd). Esta solução permite um maior alcance das ações deste ponto de cultura voltadas para a produção de culturas e conhecimentos mediada pelas tecnologias da informação e comunicação, permitindo que não somente os que têm acesso a rede possam ter acesso; além disso, permite que o ciberparque esteja utilizando as tecnologias além dos limites que as taxas de transmissão permitem, nos permitindo construir propostas para produção de conhecimento que acompanhem a cibercultura, inseridos no contexto do que houver de mais novo conceitual e tecnologicamente.
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-- AlessandraPicanco - 01 Sep 2005

Revision 101 Sep 2005 - AlessandraPicanco

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Projeto Conexões:

Ciberparque Anísio Teixeira

Apresentação

CONEXÕES tem como objetivo geral estabelecer uma articulação entre a Universidade Federal da Bahia/UFBA (Faculdade de Educação/FACED), a Fundação ADM e a Prefeitura Municipal de Irecê, no sentido de promover a apropriação da rede e dos recursos de comunicação numa perspectiva estruturante [Pretto, 1997]. O projeto tem sua gênese em 2000 a partir de um conjunto de reuniões realizadas com o BNDES que pretendia investir em iniciativas para democratização do uso da Internet. Após as primeiras discussões, verificou-se que a universalização do acesso, apesar de ser uma condição necessária não era suficiente para garantir a apropriação imaginada. Assim, o nosso objetivo maior passou a ser a articulação de setores organizados que costumam atuar de forma isolada. As experiências educacionais realizadas pelas ONGs, normalmente, são desenvolvidas em paralelo à escola. Também são muito comuns os casos em que o pesquisador da universidade realiza algum tipo de intervenção em uma comunidade e quando conclui o trabalho não traz nenhum retorno para os sujeitos pesquisados. A democratização do uso da Internet e dos meios comunicacionais é considerada sob uma perspectiva muito mais ampla do que a simples garantia do acesso à informação. CONEXÕES tem como opção estratégica fomentar a participação no nível da produção. As comunidades envolvidas deverão atuar como produtores de culturas e conhecimentos articulados em rede através de rádios, TVs comunitárias, imprensa, multimídia, páginas na Internet, fortalecendo de forma intensa a convergência das diversas mídias e a sua aproximação com os sistemas de escolas públicos. O estabelecimento de uma trama de relações entre a universidade e a comunidade, entre o ensino formal e não formal, seria, portanto, a principal característica do projeto. Daí CONEXÕES, que não só remete à própria conexão à Internet, mas também à articulação ativa de todos os parceiros envolvidos, simultaneamente.

Parceiros

CONEXÕES tem como objetivo geral estabelecer uma articulação entre a Universidade Federal da Bahia/UFBA (Faculdade de Educação/FACED), a Fundação ADM e a Prefeitura Municipal de Irecê, no sentido de promover a apropriação da rede e dos recursos de comunicação numa perspectiva estruturante [Pretto, 1997]. O projeto tem sua gênese em 2000 a partir de um conjunto de reuniões realizadas com o BNDES que pretendia investir em iniciativas para democratização do uso da Internet. Após as primeiras discussões, verificou-se que a universalização do acesso, apesar de ser uma condição necessária não era suficiente para garantir a apropriação imaginada. Assim, o nosso objetivo maior passou a ser a articulação de setores organizados que costumam atuar de forma isolada. As experiências educacionais realizadas pelas ONGs, normalmente, são desenvolvidas em paralelo à escola. Também são muito comuns os casos em que o pesquisador da universidade realiza algum tipo de intervenção em uma comunidade e quando conclui o trabalho não traz nenhum retorno para os sujeitos pesquisados. A democratização do uso da Internet e dos meios comunicacionais é considerada sob uma perspectiva muito mais ampla do que a simples garantia do acesso à informação. CONEXÕES tem como opção estratégica fomentar a participação no nível da produção. As comunidades envolvidas deverão atuar como produtores de culturas e conhecimentos articulados em rede através de rádios, TVs comunitárias, imprensa, multimídia, páginas na Internet, fortalecendo de forma intensa a convergência das diversas mídias e a sua aproximação com os sistemas de escolas públicos. O estabelecimento de uma trama de relações entre a universidade e a comunidade, entre o ensino formal e não formal, seria, portanto, a principal característica do projeto. Daí CONEXÕES, que não só remete à própria conexão à Internet, mas também à articulação ativa de todos os parceiros envolvidos, simultaneamente.

Concepções mais gerais

Um Movimento CONEXÕES tem como pretensão ir além do caráter de projeto e configurar-se, como já referido, como um movimento. Movimento em duplo sentido. Algo que se constitui a partir da mobilização de iniciativas de setores organizados, tendo em vista objetivos comuns, e que ao mesmo tempo está sujeito a constantes reconfigurações resultantes da própria dinâmica das relações estabelecidas entre os parceiros envolvidos e da integração de novos parceiros

Concebido dessa forma, CONEXÕES já começa a ser executado desde o momento de sua elaboração. Embora tenha metas e prazos para apresentar resultados, não há um fim definido a priori, apenas etapas a serem cumpridas. O término de uma etapa será o começo de uma nova fase, e assim sucessivamente. Ao ser idealizado como movimento, CONEXÕES pressupõe uma continuidade, independentemente dos parceiros e propósitos iniciais. A idéia é que a experiência seja ampliada para outros segmentos da sociedade interessados em levar a proposta adiante. Uma semente está sendo plantada. Mais do que nas flores, pensa-se nos frutos. Lugar, entre-lugar e não-lugar Com a conectividade, propiciando uma rede de lugares, cada lugar transforma-se em um NÓ, e assim, passa a se constituir em um ENTRE-LUGAR, em face da topologia de vizinhanças proporcionada pela rede. Por exemplo, CONEXÕES, a partir desse movimento, se propõe a produzir novos LUGARES, tendo como gerador os ENTRELUGARES.

O processo de construção constitui-se em um movimento, porque os novos LUGARES geram constructos de novos NÓS na rede e estes criam novos ENTRE-LUGARES, que geram novos LUGARES, e assim indefinidamente. É possível também que o movimento, em alguns casos, crie espaços que são NÃO-LUGARES, isto é, espaços que não têm história, não têm processos identitários próprios e que a teia de relações seja uma configuração de acontecimentos agenciados que se esgota ao ser criada. Será um espaço em trânsito, um neo-nomadismo, um NÃO-LUGAR.

Organização em Rede As funções e processos dominantes na era da informação estão cada vez mais organizados em redes.

"REDE é um conjunto de nós interconectados. Nó é o ponto no qual uma curva se entrecorta. (...) Redes são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou objetivos de desempenho)” (CASTELLS, 1999, p. 497). CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede (A era da informação: economia, sociedade e cultura; v. 1). São Paulo: Paz e Terra, 1999.

É importante considerar que as recentes tecnologias de comunicação e informação, particularmente a Internet, constituem a base material para a expansão da lógica de redes como forma de organização social.

REDES COMO FORMA DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL - “Redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades, e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura” (CASTELLS, 1999, p. 497).

Cada parceiro envolvido em CONEXÕES é um nó. Cabe destacar que os nós têm autonomia e características próprias e podem estar conectados a outras redes. Considerando que a arquitetura da rede é aberta e descentralizada, não haverá, entre os integrantes, hierarquias fixas e estáveis nem a hegemonia de um sobre os outros. O princípio de organização e articulação será a horizontalidade. De tal forma que a força da rede esteja na sua constituição a partir do fortalecimento e da visibilidade de cada nó em particular e de todos no conjunto.

Embora a conexão à Internet seja um elemento crucial para a operacionalização das ações - daí a importância da implantação dos ciberparques - a rede é pensada como lógica organizacional e não exclusivamente como infra-estrutura. O modo de articulação dos parceiros tem como princípios fundamentais o aprendizado recíproco e a mobilização efetiva das competências. Com base em suas particularidades e experiências específicas, cada integrante (ou nó) contribui para o enriquecimento de todo o grupo. A forma de atuação na rede deve ser considerada a partir de uma visão sistêmica. Em vez de apenas somar esforços, o que se busca é a sinergia, através de um trabalho coletivo e, essencialmente, cooperativo.

VISÃO SISTÊMICA - "da palavra sistema, conjunto organizado de partes diferentes, produtor de qualidades que não existiriam se as partes estivessem isoladas umas das outras” (MORIN, 1999, p. 21. MORIN, Edgar. Da necessidade de um pensamento complexo. (In: MARTINS, Francisco Menezes, SILVA, Juremir Machado (orgs.) Para navegar no século XXI . Porto Alegre: Sulina/ Edipurcs, 1999)

O Agente Instigador Coletivo Grupo formado por representantes dos parceiros e das comunidades envolvidas ou, quando não couber a representação, pela própria comunidade. O Instigador Coletivo atua no espaço das articulações com o propósito de provocar conexões sociais, políticas, econômicas e/ou culturais.

O conceito de Incitador Coletivo deriva de "o pesquisador coletivo" da pesquisa- ação integral [BARBIER, 1997]. BARBIER, René. A Pesquisa- Ação. (La Recherche Action. Paris: Ed Economica, 1996) Tradução inédita de Lucie Didio produzida pela UnB? .

A composição do Instigador Coletivo é dinâmica, mudando de acordo com as circunstâncias, de modo a refletir a hegemonia predominante em cada momento do movimento, ao qual deve ser fiel. A adesão segue o mesmo princípio de afinidade estabelecido para a agregação das instituições. O grupo é, por princípio, aberto mas, novamente, seguindo-se a mesma lógica de adesão das instituições, a ocupação de cada "cadeira" requer um termo de conexão (adesão). Os requisitos básicos para a constituição do grupo são:

1. que cada membro esteja ENGAJADO e, portanto, implicado com a comunidade, qualquer que seja o seu sistema de referência original;

2. que cada membro esteja permanentemente disposto a deixar de fazer parte do grupo, mantendo-se, dessa forma, DESAPEGADO ao papel

3. que cada membro esteja aberto o suficiente para que se permita, enquanto indivíduo, ser excitado a ponto de estabelecer articulações interpessoais; e

4. nos casos em que se justificar a representação, que cada um seja um representante legítimo do seu sistema de referência original.

SISTEMA DE REFERÊNCIA - é o meio ou o negócio da instituição de cada uma das pessoas envolvidas em CONEXÕES. Por exemplo, as pessoas da UFBA pertencem ao sistema de acadêmico e, com tal, enquanto atuam em "projetos de campo", com CONEXÕES, estão envolvidas em projetos educacionais, pesquisas e têm de preparar relatórios, artigos, teses que não fazem sentido no âmbito de CONEXÕES. Do mesmo modo, cada um dos representantes dos Parceiros têm as suas obrigações específicas para com os seus sistemas.

Os membros do Instigador Coletivo freqüentam os gabinetes dos parceiros e de outras instituições e têm atribuições em seus sistemas de origem. No entanto, somente quando estão imersos nos não-lugares do movimento e interagindo com a comunidade, tanto no espaço geográfico quanto no ciberespaço, é que podem, efetivamente, instigar articulações.

“Ao pensar a ESCOLA PARQUE, Anísio imaginou - coerentemente com a sua época - uma divisão entre a formação e a instrução. Hoje, mais do que nunca, estes conceitos estão juntos - interagindo! - e, as novas tecnologias da comunicação e informação, com destaque para a Internet, constituem-se nos elementos estruturantes de uma nova forma de pensar” (Luis Felippe Serpa).

Pontos de acessos e encontros

TUDO COMEÇOU em 1996. A proposta do Ciberparque nasceu como um “equipamento” a ser inserido na própria Escola Parque. Inúmeras dificuldades impediram a decolagem do projeto naquele espaço. Mas a idéia evoluiu. Explodiu. Virou rede

Tudo começou com uma visita à Escola Parque Centro Educacional Carneiro Ribeiro, no bairro da Caixa D’Água, em Salvador, Bahia, concebida na década de 1950 pelo educador baiano Anísio Teixeira.

O CENTRO EDUCACIONAL CARNEIRO RIBEIRO foi idealizado por Anísio Teixeira e construído pelo arquiteto Diógenes Rebouças (baiano) e Hélio Duarte (paulista). As faculdades de Educação e Arquitetura da UFBA, como fruto de um trabalho de pesquisa de Alessandra Karine, mantém o sítio CRAT – Centro de Referência Anísio Teixeira, em <http://www.faced.ufba.br/crat>.

A Escola Parque visava formar jovens e crianças em tempo integral. Desde sua criação, continuou desenvolvendo atividades voltadas para formação de mão de obra nas áreas de carpintaria, metalurgia, corte e costura e serviços gerais. A necessidade de tais ofícios ainda se faz presente nos dias de hoje. Torna-se premente introduzir em sua prática cotidiana os recursos tecnológicos da sociedade contemporânea. A Escola Parque encontra-se hoje inserida num amplo projeto de reestruturação. Os ideais de Anísio Teixeira sempre foram pautados numa forte ligação do espaço escolar com as comunidades locais. Ou seja, a escola precisava estar inserida na comunidade. Toda criança deveria estar na escola e ter ali uma formação integral que a possibilitasse viver plenamente o mundo. Agora... A instalação de uma rede de ciberparques – pontos de cultura – apresenta-se como uma possibilidade de atualização do projeto de Anísio Teixeira. O ciberparque será um ponto de encontro e acesso público à Internet, bem como de produção de bens culturais. Mais do que garantir a conexão física, o que se busca é proporcionar condições para uma participação efetiva na chamada Sociedade da Informação, a partir da inserção cultural. Alguns princípios gerais: *Espaço físico/real aberto para a navegação na Internet. *Palco para um programa de inclusão das comunidades no contexto da Sociedade da Informação (<http://www.socinfo.org.br>). *Ambiente de qualificação de professores e alunos do sistema público de educação de Irecê - Bahia. *Espaço curricular não formal, onde o aluno navegará por onde quiser e como desejar. *Espaço de interação fundamental para a produção de cultura e conhecimento. *A gestão de cada ponto de cultura é diferenciada, de acordo com a comunidade que estará envolvida na sua administração e manutenção. *Cada unidade terá gestão própria e suas especificidades locais, no que diz respeito a aspectos culturais, arquitetônicos, técnicos e de gestão estão sendo consideradas. Do ponto de vista do projeto cultural/pedagógico/social, os ciberparques – pontos de cultura - constituem um centro integrado de produção multimidiática e multicanal reunindo recursos de produção em papel (indústria gráfica), Informática, Internet, rádio, vídeo e TV. Proporciona, desse modo, aos estudantes, professores e às pessoas em geral a condição de expressão plena e complexa compatível com os requisitos de inserção na sociedade contemporânea.

Processo de Produção de Materiais MM

Produção em rádio, video e TV digital

As rádios, vídeos e TV's digitais se constituem em importantes meios de criação e veiculação de músicas, programas, entrevistas, reportagens e documentários produzidos pela comunidade. A democratização dos meios de comunicação não é apenas uma questão de oferta de canais para emissão. Acima de tudo é preciso proporcionar as condições necessárias no âmbito da produção. Além do acesso e domínio dos recursos técnicos, a compreensão das possibilidades expressivas de cada meio é imprescindível. O audiovisual representa uma maneira específica e diferenciada de processamento de informações, sendo, portanto, um modo de produzir culturas e conhecimentos, que não pode ser ignorado e desprezado pela sociedade. Nos diferentes espaços de aprendizagem, comunidade em geral, professores e estudantes terão como papel fundamental estimular a reflexão crítica e criar um ambiente propício à elaboração de produtos multimídias, que possam romper com os padrões e estereótipos impostos pela indústria cultural. É muito comum que as rádios e TV's comunitárias sejam utilizadas somente para a transmissão de recados e pequenos informes sobre eventos da comunidade. Nesses casos, o espaço restante da programação costuma ser preenchido com a retransmissão de programas da rede comercial. No entanto, esse mesmo espaço poderia estar sendo aproveitado para emissão de uma programação própria que revelasse a história, a cultura e as manifestações que singularizam o contexto local, contribuindo para a construção da autonomia social e cultural.

Por outro lado, existem mecanismos diversos que desempenham importante papel de comunicação em cidades de pequeno e médio porte, como Irecê, e o Ciberparque – o nosso ponto de cultura, estará buscando desenvolver uma linha de produção específica para carros de som.

A produção de imagens e sons constitui uma forma de educação e constitui um importante elemento para a inclusão social, de (re)conhecimento da realidade local e valorização dos laços sociais.

Também se buscará uma formação para que os programas produzidos possam estar presentes na web, colocando toda a produção aqui realizada disponível para ser trocada com os demais pontos de cultura instalados.

Desenvolvimento de softwares em sistema não proprietários

A possibilidade do desenvolvimento de sistemas e aplicações em software não proprietário inaugura possibilidades significativas para as nossas comunidades locais. Numa dimensão política e econômica, pode-se afirmar que contribui para o desenvolvimento industrial do país, pois a produção nacional, além de valorizar as competências locais, diminuiria as remessas de royalties ao exterior. No setor público, temos então uma questão de caráter estratégico, principalmente quanto às garantias de autonomia, segurança e por que não - soberania. Quanto ao aspecto educacional, a produção de software livre é produção de conhecimento, de forma inovadora, criativa, dinâmica e contextualizada. E finalmente, quanto aos aspectos sociais, amplia as possibilidades informacionais e comunicacionais das comunidades, desenvolvendo o espírito de compartilhamento e solidariedade, promovendo a inclusão social/digital. Dessa forma propomos o desenvolvimento de software não proprietário neste projeto, atendendo às necessidades reais das comunidades envolvidas como uma ação estratégica de formação do cidadão para o exercício pleno da cidadania na sociedade contemporânea

Desenvolvimento de produtos impressos

o desenvolvimento de materiais impressos propicia uma forma de veiculação-divulgação de produções efetivadas dentro do espaço digital. A veiculação impressa é uma alternativa para a difusão das produções dos sujeitos da comunidade, valorizando e divulgando suas criações. Essas produções estarão manifestando os conhecimentos referentes à cultura e à história das comunidades locais, bem como sobre o uso das próprias tecnologias, descentralizando assim fontes que monopolizam a informação e tornam os sujeitos meros consumidores.

Desenvolvimento de produtos para web

O processo de desenvolvimento de produtos para a web tem como princípio básico a autonomia, pois consiste em iniciativas individuais e coletivas a partir das necessidades dos sujeitos envolvidos. Isso faz parte da idéia da própria web, pois trabalhando nesse espaço temos o Mundo como possibilidade real de produção e intervenção, onde todos deverão interagir. O objetivo principal é a construção de produtos que incorporem uma linguagem multimidiática, e a produção de conhecimento, tanto sobre a cultura, a história e as manifestações das comunidades locais, quanto sobre as próprias tecnologias, descentralizando assim fontes que monopolizam a informação e tornam os sujeitos meros consumidores. Nesse sentido, é importante disponibilizar informações acerca do ambiente e das possibilidades de produção, como sites, multimídia, textos, ambientes interativos, chats, blogs, fotoblogs, fóruns, programas de edição de páginas web e programas gráficos, possibilitando assim o contato com a tecnologia e informações mínimas para a comunidade pesquisar sobre as ferramentas, visando sempre a iniciativa do grupo, que construirão as regras de produção.

Desenvolvimento de produtos multimídia em cd-rom e dvd

A produção de conhecimento que tem como suporte as tecnologias da informação e comunicação não se limitam a Internet; a produção de CD-ROMs e dvds vem se consolidando nas comunidades acadêmicas e no mercado como um instrumento difusor de metodologias e conhecimentos, indo além daqueles espaços em que a rede alcança, superando os limites geográficos e de transmissão da rede, podendo estar ou não conectados a ela; as tecnologias propostas para web poderão também ser desenvolvidas num modelo independente em cd ou dvd, assim como o inverso também será possível (podendo existir uma versão do produto web e outra em cd/dvd). Esta solução permite um maior alcance das ações deste ponto de cultura voltadas para a produção de culturas e conhecimentos mediada pelas tecnologias da informação e comunicação, permitindo que não somente os que têm acesso a rede possam ter acesso; além disso, permite que o ciberparque esteja utilizando as tecnologias além dos limites que as taxas de transmissão permitem, nos permitindo construir propostas para produção de conhecimento que acompanhem a cibercultura, inseridos no contexto do que houver de mais novo conceitual e tecnologicamente.

-- AlessandraPicanco - 01 Sep 2005

 
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