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Este trabalho teve por objetivo compreender o funcionamento familiar ao longo do processo de tratamento do dependente químico, a partir do pensamento complexo descrito por Edgard Morin em sua obra. Para tanto, efetuei um estudo de caso longitudinal com uma família cuja filha, adolescente de dezoito anos, era dependente de drogas e passou por um tratamento especializado em regime de internação. A configuração familiar apresentou as seguintes características: ausência e desqualificação da figura paterna, figura materna muito presente, adicções no sistema intergeracional, incoerências constantes na educação dos filhos, dificuldade na comunicação, dispersão familiar, problemas de relacionamento entre os pais, a droga aparecendo como um fator de “união” e os filhos servindo para preencher o vazio da mãe. Esses aspectos coincidiram com padrões de funcionamento de outras famílias de drogadictos descritas em parte da literatura que aborda esse assunto. O processo de internação e de pós - internação do dependente químico junto à sua família foi permeado por movimentos paradoxais, contraditórios, ambíguos e antagônicos ocorrendo simultaneamente. A reinserção familiar do mesmo representou, dialogicamente, momentos de ordem e desordem se influenciando reciprocamente. A drogadicção passa a ser paradoxalmente necessária para a manutenção do status quo e da organização familiar, sendo, portanto, o tratamento e as mudanças do drogadicto ao mesmo tempo ameaçadoras e gratificantes para o sistema em questão. Os resultados mostram que trabalhar o processo de reinserção do dependente de drogas na família pressupõe compreender as relações complexas que se estabelecem neste fenômeno, assim como desenvolver um tratamento muito próximo, acolhedor e compreensivo a fim de construir novos arranjos possíveis no sistema, sem que a ameaça e as perdas superem os ganhos do processo de mudança.
META FORM |
name="WebObraForm" |
FORM FIELD Título |
Ttulo |
Um Olhar Sistêmico do Processo de Tratamento da Drogadicção na Família |
FORM FIELD Autor |
Autor |
BRASIL, Valéria Rocha |
FORM FIELD Ano |
Ano |
2005 |
FORM FIELD FormatoDaObra |
FormatoDaObra |
Dissertação de Mestrado |
FORM FIELD Instituição de Origem |
InstituiodeOrigem? |
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo |
FORM FIELD Estado Instituição |
EstadoInstituio? |
São Paulo |
FORM FIELD Local Tema |
LocalTema? |
São Paulo |
FORM FIELD Local de Publicação |
LocaldePublicao? |
São Paulo |
FORM FIELD Instituição Responsável |
InstituioResponsvel? |
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/ Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica |
FORM FIELD FormatoDisponivel |
FormatoDisponivel |
Texto integral |
FORM FIELD Número de Páginas |
NmerodePginas? |
337 |
FORM FIELD Idioma |
Idioma |
Português |
FORM FIELD Palavras Chave |
PalavrasChave? |
Toxicomania; família; tratamento |
FORM FIELD Resumo |
Resumo |
Este trabalho teve por objetivo compreender o funcionamento familiar ao longo do processo de tratamento do dependente químico, a partir do pensamento complexo descrito por Edgard Morin em sua obra. Para tanto, efetuei um estudo de caso longitudinal com uma família cuja filha, adolescente de dezoito anos, era dependente de drogas e passou por um tratamento especializado em regime de internação. A configuração familiar apresentou as seguintes características: ausência e desqualificação da figura paterna, figura materna muito presente, adicções no sistema intergeracional, incoerências constantes na educação dos filhos, dificuldade na comunicação, dispersão familiar, problemas de relacionamento entre os pais, a droga aparecendo como um fator de “união” e os filhos servindo para preencher o vazio da mãe. Esses aspectos coincidiram com padrões de funcionamento de outras famílias de drogadictos descritas em parte da literatura que aborda esse assunto. O processo de internação e de pós - internação do dependente químico junto à sua família foi permeado por movimentos paradoxais, contraditórios, ambíguos e antagônicos ocorrendo simultaneamente. A reinserção familiar do mesmo representou, dialogicamente, momentos de ordem e desordem se influenciando reciprocamente. A drogadicção passa a ser paradoxalmente necessária para a manutenção do status quo e da organização familiar, sendo, portanto, o tratamento e as mudanças do drogadicto ao mesmo tempo ameaçadoras e gratificantes para o sistema em questão. Os resultados mostram que trabalhar o processo de reinserção do dependente de drogas na família pressupõe compreender as relações complexas que se estabelecem neste fenômeno, assim como desenvolver um tratamento muito próximo, acolhedor e compreensivo a fim de construir novos arranjos possíveis no sistema, sem que a ameaça e as perdas superem os ganhos do processo de mudança. |
FORM FIELD Link |
Link |
http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=344 |
FORM FIELD Referência para Citação |
RefernciaparaCitao? |
BRASIL, V. R. Um Olhar Sistêmico do Processo de Tratamento da Drogadicção na Família. São Paulo/SP. Dissertação de Mestrado. Mestrado em Psicologia Clínica. PUC, 2005 |
FORM FIELD Observação |
Observao |
Material linkado com o Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações - Bilblioteca Digital PUC/SP. |
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